“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica tenho febre e escrevo...”
Doem-me os olhos pela artificialidade da luz desta manhã de Verão.
Baralham-se-me os pensamentos com o zunir perpétuo das máquinas.
Treme-me o corpo num espasmo provocado pelo tremer do chão,
Quando uma qualquer máquina o atinge ou arranha.
Vagueio pela fábrica, deslocado, como uma alma errante
Esperando que tudo passe.
(Passam empilhadores e pontes
Passam vidas e horizontes
Ninguém de si tem domínio
Passam perfis de alumínio.)
E tudo passa,
Tudo passa,
Tudo passa.
E eu fico a ver passar...
Tanto se me dá!
Pelo menos, agora percebo Campos, percebo as dolorosas luzes,
Percebo que não importa...
Baralham-se-me os pensamentos com o zunir perpétuo das máquinas.
Treme-me o corpo num espasmo provocado pelo tremer do chão,
Quando uma qualquer máquina o atinge ou arranha.
Esperando que tudo passe.
(Passam empilhadores e pontes
Passam vidas e horizontes
Ninguém de si tem domínio
Passam perfis de alumínio.)
E tudo passa,
Tudo passa,
Tudo passa.
E eu fico a ver passar...
Percebo que não importa...
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Dá-me um sentido...
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