Devaneios sem sentido

quarta-feira, setembro 29, 2004

Lentamente, sem fazer muito alarido, a loucura vai tomando conta de mim. Sinto-a chegar de mansinho, quase como uma carícia, tomando conta do meu ser.
"Olá André, vem comigo, vem conhecer a felicidade!"
Não quero ir, mas aos poucos deixo de oferecer resistência...
Quero sair à rua e respirar o ar da noite, mas não posso, a porta da rua está trancada!
Sinto-a agora a subir pelo meu corpo com mais rapidez, a prender-me os braços (sacudo as mãos para que ela não tome conta dos meus dedos e me deixe escrever), a procurar o cérebro e a comprimir o coração...
Quero chorar, quero gritar, quero fugir de tudo e de todos, quero dar-te a mão (quem és tu?), estendo a mão, mas ninguém a agarra...
A luz da sala começa a diminuir, já só vejo o ecrã...
Alguém que fala comigo no messenger acorda-me (olá Tikinha), mas já é tarde para afastar esta loucura...
Quero-te a meu lado, quem quer que sejas...
Não quero que compreendas, quero só que estejas lá, para eu abraçar, para eu sentir, para eu...

ESTOU FARTO DE ESTAR SOZINHO!

A morte chamou-me de longe e eu tive medo, mas vista ao perto é interessante...

Não vou com ela, a loucura não me deixa fugir...

Sou apenas um actor, que representa a personagem da sua vida, enquanto oculta do público o ser que é quando está sozinho nos bastidores...