Devaneios sem sentido

sábado, junho 26, 2004

Campo da Morte

Que força é esta que nos arrasta?
Que força é esta que nos traz aqui?
Para quê tudo isto?
Quem morreu já não precisa de nós...
Para quê esta obsessão?

(Escrito no Cemitério de Vila Chã - Barreiro à hora marcada no post.)

sexta-feira, junho 25, 2004

Tikinha

Nunca escrevi sobre ti...
Nem mesmo sei de onde me vem esta loucura que dura há 4 anos...
Cantar para ti de joelhos, bocas mais ou menos directas (e outras directíssimas)...
Não sei...
Não é nada que eu saiba o que é...
Gosto de ti de maneira estranha...
Pronto, tá dito...

quarta-feira, junho 09, 2004

Só!
Agora só estou eu nesta sala...
Pela porta aberta chegam-me os sons das vozes, do ping-pong, dos matraquilhos...
A ilusão e o sonho voltam com um arrepio que me percorre a espinha e me deixa inquieto...
À minha volta passa o mundo e eu, isolado numa bolha, fico a vê-lo passar...
Tenho de parar com isto! Não posso sentir mais! Não quero estragar o sonho real! Basta!
Que importa se a neve arde? Que importa se estás aí? Que importa se sou louco?
Sim, sou louco. Um louco com a capacidade de sentir...
Não, não vou afastar-me. Para quê? Não vou dizer mais... Afastar-me de mim seria um preço demasiado alto a pagar. (Quem se afasta de si perde todos os que o rodeiam.)
Vou estar com quem me aceita e seguir em busca de alguém que já encontrei.
Lá de fora, a voz da Tânia e da Dulce chamam-me à realidade e eu vou, como se nunca dela tivesse saído...

(Escrito na Casa Municipal da Juventude de Aveiro à hora marcada no post.)

A calma desvaneceu-se...
Mas o que é o mundo senão uma ilusão desvanecida?
Como a neve da alta montanha que arde numa chama aparentemente inexistente e impossível...
Olho, uma vez mais, pela janela. Talvez influenciado pelo estudo delas, parece-me ver passar lá fora Pessoa com os seus heterónimos. Imaginação, Ilusão ou realidade?
Campos! Falam de Campos... O Mestre da sensação... Ah! O suplício de sentir demais... O não ser frio... O sentir mais que o comum mortal... O renúncio à imortalidadde... A paixão nunca denunciada... A divindade perdida...
Se tu soubesses...
Se pudesse dizer-te...
Afinal, estás sempre aí...
Gostava de ser quem achas que sou...
Volto a mim, volto a esta sala e à realidade enquanto lá longe, no alto da montanha, a neve recomeça a arder...

(Escrito na Casa Municipal da Juventude de Aveiro à hora marcada no post.)

Olho pela janela. Lá fora o mundo passa, como os carros sobre a ponte. Aqui discute-se Caeiro, Reis, Campos, Pessoa...
A dolência instala-se sobre os meus sentidos...
E de repente, um furacão invade a sala, a chegada de um novo elemento quebra o ambiente e eu, como que num aproveitamento de situação volto ao normal...

(Escrito na Casa Municipal da Juventude de Aveiro à hora marcada no post.)

domingo, junho 06, 2004

Estou melhor...
O que a Tânia me escreveu (não cito) foi fantástico!!

(Escrito ainda no autocarro à hora marcada no post)

Estranho, sinto-me estranho...
O concerto foi porreiro (bom), mas não me sinto feliz...
Talvez aquela boca da Susana dizendo que a Tânia é a mulher da minha vida...
Talvez aquela atracção não correspondida pela Patrícia...
Talvez o ver a Tânia abatida do outro lado do corredor do autocarro (cansaço?)
Às vezes gostava de saber quem sou aos olhos de quem me conhece...

(Escrito no autocarro no regresso do serviço da Música Nova em Creixomil - Barcelos à hora marcada no post)