Devaneios sem sentido

sexta-feira, julho 30, 2004

Campos de girassóis, amarelos, a perder de vista!
Todos diferentes, todos iguais, todos olhando o Sol, todos aceites pela sua luz...
E nós?
E quem não é girassol?
E quem não olha o Sol pois não tem lugar no campo?
E quem não ocupa o lugar devido pois quer mais?
E quem ri para não se notar que chora?
Como um girassol que morre sem ninguém notar...

(Escrito no autocarro, algures em Espanha, entre montes e campos de girassóis, à hora indicada no post)

Não adianta continuar...
Não dá! E ainda corro o risco de destruir algo valioso...
Simplesmente não funciona...
A música também não ajuda...
Porque é que sou tão indefinido?
Porque é que sou tão desastrado?
Porque é que alimento sonhos que sei que não se vão realizar?
Raios!!!
Sou bom, dizem eles...
De que serve ser bom se só se sofre?
Maldita a paixão!
Maldito o desejo!
Maldito o funcionamento geral dos sentimentos...
Gostava de ser feito de pedra por dentro para poder não sentir!
RAIOS PARTAM O DIA EM QUE OLHEI PARA TI COM OLHOS DE VER!

(Escrito no autocarro, algures em Espanha, à hora indicada no post)

Sim, realmente a decisão que estava tomada foi mudada...
A neve arde com força e entre as chamas vejo um pouco de mim a arder lentamente, dolorosamente, desnecessariamente...

(Escrito no autocarro, algures na zona de Madrid, à hora indicada no post)

Mais uma aposta falhada...
Está provado que não tenho hipótese com ela.
Está aqui no banco de trás e, pela conversa, está claro que não dá...
Está interessada nele...
DESISTO!!!

(Escrito no autocarro, algures na zona de Madrid, à hora indicada no post)

Uma cena semelhante a outra, sentimentos a vir ao de cima...
Aqui, neste banco de autocarro, sou de novo levado às altas montanhas onde as neves eternas estão de novo a arder.
De novo me divido sem poder expressar o que me vai na alma...
De novo o corpo e o sentimento me puxam em direcções contrárias...
De novo a razão me diz que não posso...
De novo sei que sabes que sou mais que o que digo...
De novo sinto que não sou quem sou...
De novo o Daniel que dorme cá dentro quer acordar...
Cada vez mais sou um louco...
Cada vez mais me sinto inadaptado...
Enquanto a neve arde no alto da montanha e o autocarro rola pelo alcatrão espanhol, quero gritar, quero chorar, quero-te aqui...

(Escrito no autocarro, algures em Espanha, à hora indicada no post)

Esta é aquela hora em que a noite parece mais escura, os olhos ficam mais pesados e o pensamento se mistura.
Esta é aquela hora em que faz falta ter alguém para falar, para acariciar, para dar carinho.
Esta é aquela hora em que ou se escreve uma grande obra, ou uma grande porcaria.

(Escrito no autocarro, algures em Espanha, à hora indicada no post)

Estamos finalmente em Espanha...
Já parámos para os chocolates, o lanche, a casa de banho e, no meu caso, para comprar este caderno...
O autocarro está outra vez acordado e temos pela frente 10 a 11 horas de viagem .
Vamos lá ver o que dá!

(Escrito no autocarro, algures em Espanha, à hora indicada no post)

quinta-feira, julho 29, 2004

Calou-se a Guitarra...

Já passaram vários dias e eu ainda não tinha escrito nada, não tanto pela falta de tempo, mas pela falta de vontade...
Hoje, no entanto, talvez por partir para um fim de semana em Espanha, apoderou-se de mim um vazio no que toca à música portuguesa. Numa altura em que todos os outros "grandes" já estavam a cantar noutros planos de existência, eis que o Carlos Paredes se foi juntar a eles, talvez tenha ido acompanhar a Amália num fado, tocar uma balada de Coimbra com o Zeca ou experimentar novos sons com o Variações.
Podia já não tocar há muitos anos, mas não era preciso, ele era a Guitarra e a Guitarra calou-se.

domingo, julho 25, 2004

Pronto, cá estou eu no fim de mais um fim-de-semana...
Amanhã tenho uma oral a Comércio Externo Contemporâneo e não estudei nada...
Depois continuar o estágio...
E Quinta à noite parto para Espanha com a banda...
Tenho também as relações sociais com toda a gente...
Depois ainda querem que ande inspirado...

E que escreva sem reticências...

quarta-feira, julho 21, 2004

E a tarde cá está!
E eu cá estou à tarde!
E tudo está na mesma!
Que monotonia...

Mais uma manhã a acabar neste estranho estágio...
Sim, estranho. Não sei porquê, mas acho que há aqui algo que não bate certo...
Adiante.
Onde é que eu ia?
Ah, sim!
Mais uma manhã a acabar neste estranho estágio. Estou aqui há menos de um mês e já estou farto.
Farto de estar aqui, farto de não fazer nada, pois então...
Farto do ruído contínuo da ventoinha do servidor ali do canto.
Falta meia hora para ir almoçar e voltar para aqui à tarde...
Falta uma semana e um dia para ir de férias.
(Férias de 3 semanas num estágio de 3 meses, nada mau.)
Falta uma eternidade para te dar a mão e voar...

terça-feira, julho 20, 2004

Não aceitaste as regras, não vais jogar o jogo...
Nesse caso, já sou vencedor!
Que vitória é esta que me deixa um sabor amargo na boca?
Que jogo é este que continua mesmo sem jogadores?
O maior cego é aquele que não quer ver...
Não quero ver!
Não quero pensar no passado!
Não quero pensar no futuro!
Quero fazer amor contigo!

Voltaste a entrar na minha vida e queres ocupar o lugar que ocupavas. Pois bem, o lugar está vago, só tens que conquistar o direito de o voltar a ocupar.
Não te preocupes, é fácil, é só um jogo.
A primeira mensagem já seguiu, se a recebeste já conheces o desafio e as regras do jogo, de que é que estás à espera para começar a jogar?
Bem, talvez ainda não a tenhas recebido. Nesse caso aguarda que ela chegará até ti.
Ultrapassa os teus medos, derrota os teus fantasmas, joga o jogo e anda voar comigo...

segunda-feira, julho 19, 2004

Dói-me a cabeça.

Dói-me a cabeça.
Tudo normal, não fosse o facto de esta ser uma dor de cabeça que me impede de trabalhar e raciocinar com clareza, me tolda os sentidos e me atrasa os movimentos, deixando-me apenas a 100% a capacidade de sentir. É, pois, uma dor de cabeça que nada tem de física, uma dor psicológica causada pelo sono, pelo ruído e pela confusão de ideias e sentimentos que me preenchem em turbilhão...
A vontade de fugir é cada vez mais forte...
Dói-me a cabeça.
(Ou será o coração?)

“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica tenho febre e escrevo...”

Doem-me os olhos pela artificialidade da luz desta manhã de Verão.
Baralham-se-me os pensamentos com o zunir perpétuo das máquinas.
Treme-me o corpo num espasmo provocado pelo tremer do chão,
Quando uma qualquer máquina o atinge ou arranha.

Vagueio pela fábrica, deslocado, como uma alma errante
Esperando que tudo passe.

(Passam empilhadores e pontes
Passam vidas e horizontes

Ninguém de si tem domínio
Passam perfis de alumínio.)

E tudo passa,
Tudo passa,
Tudo passa.
E eu fico a ver passar...

Tanto se me dá!

Pelo menos, agora percebo Campos, percebo as dolorosas luzes,
Percebo que não importa...

quarta-feira, julho 07, 2004

Quem quiser ver os posts do Guarda (2 até agora) pode fazê-lo em http://o_guarda.blogspot.com/
(Desculpem não pôr o link.)

terça-feira, julho 06, 2004

Quando Patrícia abriu os olhos, que fechara por causa da luz, estava numa sala redonda com muitas portas fechadas a toda a volta. A seu lado o Guarda sorria.
- Que lugar é este? - Perguntou ela, confusa.
- Esta sala é onde vais escolher o teu caminho. A porta que abrires é aquela por onde terás de sair. Nenhum caminho é certo ou errado, nalguns serás feliz, noutros sofrerás. Nalguns estarei à tua espera, noutros ver-me-às ao longe sem que eu possa ajudar-te.
- Como vou saber qual o melhor?
- Se reparares, as portas não têm puxador, a decisão é tomada no teu coração e a porta certa abrir-se-à. Uma vez aberta não pode ser fechada e não podes voltar atrás, pois esta sala desaparecerá para sempre. No entanto, podes encontrar outras salas como esta no teu caminho. Boa sorte!
E, sorrindo sempre, o Guarda desapareceu como se se tivesse esfumado no ar.
Patrícia fechou os olhos e algum tempo depois, talvez segundos, talvez dias, uma porta abriu-se...

domingo, julho 04, 2004

O fim do sonho...

Portugal perdeu com a Grécia...
Somos vice-campeões, mas isso não é vergonha nenhuma...
Só que Portugal merecia ganhar!
A esperança de milhões de adeptos ficou em águas de bacalhau...
Agora vamos ter que ganhar o Mundial de 2006 na Alemanha!
(E eu vou ter que aprender a escrever de forma menos desconexa.)

FORÇA PORTUGAL - VICE-CAMPEÕES DA EUROPA 2004